samedi 4 juillet 2015

Eusébio et le Phantéon (Portugais)

A Assembleia da República assim o votou. Os restos mortais do Eusébio da Silva Ferreira foram transportados para o Panteão Nacional na sexta-feira dia 3 de Julho de 2015, quase 18 meses depois do seu falecimento, no dia 5 de Janeiro de 2014.
 
Glória ou rasteira à cultura portuguesa?
Figura carismática dos 3 F, Fado, Futebol, Fátima, emblema do salazarismo, o “Pantera Negra” vai descansar para a eternidade ao lado das figuras mais ilustres da história lusitana. A escritora Sophia de Mello Breyner Andresen, foi a ultima a ter essa honra em 2014, a Amália Rodrigues teve também esse privilégio em 2001.
Desde 1836, o Panteão Nacional destina-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade.

Sporting de Lourenço Marques 1958/59 : André, Lino Alonso, Flores (Gomes), Bessa, Cunha James, Manuel António, Ashok, Eusébio et Delfim Madala Photo : Braga Borges
 
Então o que fez o Eusébio para merecer isso?
Filho de Laurindo da Silva Ferreira, ferroviário, branco, natural de Angola, e de Anissabeni Elisa, uma negra moçambicana, Eusébio foi formado no Sporting de Lourenço Marques, atual Maputo, filial do Sporting Clube de Portugal. Chegou a Lisboa no Inverno de 1960 com 18 anos para representar o Sporting. Diz-se, o que alguns chamam uma legenda, e que outros dizem ser uma realidade, foi “desviado” no aeroporto da Portela, sobe uma falsa identidade, por pessoas ligadas ao Benfica. Desaparecido durante 5 meses apareceu com a camisola vermelha em Maio de 1961 num derby amigável contra o Atlético Clube de Portugal. 

Sporting de Lourenço Marques 1959/60 : Leitão, Bessa, Sau, Cunha James, Coelho, Delfim Madala, Roberto Mata, Eduardo, Eusébio, Morais Alves et Isidro Photo : Braga Borges

A partir daí começa a história real. Campeão da Europa com o Benfica, melhor marcador do Campeonato do Mundo de Futebol na Inglaterra em 1966, Campeão Europeu com o clube do bairro lisboeta de Benfica, também recebeu o troféu em 1965 do Ballon d'or atribuído pela revista francesa France Football ao melhor jogador europeu. Primeiro português e primeiro jogador de cor a receber essa distinção. O então regime de António de Oliveira Salazar, fez de Eusébio uma vitrina Nacional, afirmando por esse meio o mérito do império colonial. Ao ponto que foi proibido pelo regime autoritário, de deixar Portugal para representar clubes estrangeiros.

A não ser o facto de Eusébio da Silva Ferreira ter envergado durante muitos anos a camisola do clube mais populista e mais popular de Portugal, de ter sido o melhor marcador da Seleção, até ser ultrapassado em 2005 por Pedro Pauleta, o que justifica a presença dos restos mortais do “Pantera Negra” no Panteão? Daqui a umas décadas, o mais tarde possível, espero, o Luís Figo e o Cristiano Ronaldo tem todo o direito de postular ao mesmo tratamento, e seguindo o mesmo raciocínio, se é por causa dos serviços prestados ao País, da expansão da cultura portuguesa, então todos os emigrantes tem o direito de ir descansar eternamente para o Panteão Nacional. A ambição e a sede de poder é incolor.

7 commentaires:

Dingo a dit…

Paz à sua alma!

JacManCdL a dit…

Sim paz à sua alma, no entanto nunca vamos ter a paz com as aves de rapina.

Dingo a dit…

É certo, ... never thought of that name to the ugly bird!

Já agora, com que critério é que despacharam o 《pré-Eusébio》 para Braga uns anos antes? Burrice de burros burros! Estou falando do Jorge Mendonça.

Eu sei que contrataram um tal de Gabriel ao Braga, mas não sei se foi parte desse negócio. Que má gestão!

Dingo a dit…

L'histoire d'Eusébio peut avoir plus à voir avec l'incompétence des dirigeants du Sporting. Certains anges ils étaient.
Nous serons à jamais accepter que, grâce à la durée de l'éternité...

JacManCdL a dit…

Nessa altura eu ainda não era nascido. O Jorge Mendonça, nascido em Angola, formado no Sporting, foi efetivamente cedido ao Braga em 1956, e a partir de 1958 foi para espanha onde fez toda a sua carreira. Talvez fosse um "pré Eusebio", o que é certo que mesmo com uma carreira brilhante em espanha (Deportivo, Atlético -vencedor das Taça das Taças-, Barcelona - uma final perdida da mesma competição - et Maiorca), nunca foi chamado a Seleção.

Dingo a dit…

Também foi muito antes do meu tempo. Foi mais do tempo do meu pai, que é benfiquista, para que o saiba.

O Jorge Mendonça não foi chamado à Selecção por algo de nós desconhecido. Ele era um dos melhores jogadores de toda a Península Ibérica. Ele tinha lugar de caras na nossa Selecção, ou até na espanhola! Astúcias doutros tempos!

JacManCdL a dit…

Sim é verdade, havia muitas astucias nesses tempos, e nos tempos de hoje as astucias continuam, sobe outras formas.